Apocalipse: uma explosão solar pode deixar o mundo sem internet em 2024
Não, isso não é teoria da conspiração, mas uma possibilidade real que um grupo de pesquisadores liderado por Peter Becker, professor e pesquisador da Universidade George Mason, na Virgínia, EUA, está estudando. Segundo ele, a internet poderá sofrer um colapso em breve. E ele baseia sua previsão eu um sistema de alerta precoce desenvolvido pelo time dele. Esse sistema foi capaz de detectar atividade solar que poderia danificar tecnologias essenciais.
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Segundo o pesquisador, a internet foi criada em um período em que o Sol estava relativamente calmo e, agora, a estrela entrará em um estágio mais ativo, conforme noticiou a Fox Weather.
De acordo com o Centro de Previsão do Clima Espacial da NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica), o pico da atividade solar para o Ciclo Solar 25 pode ocorrer em 2024.
O que é o fenômeno?
Quando o Sol está ativo, tende a ter tempestades solares mais frequentes, que incluem grandes erupções, nas quais uma enorme quantidade de partículas é lançada ao espaço.
“As erupções ocorrem quando o sol brilha e vemos a radiação, e isso é uma espécie de clarão da boca. E então o tiro do canhão é a ejeção de massa coronal (CME)”, explicou Peter Becker, à Fox Weather. “Grandes bolhas de plasma, ou matéria superaquecida, voam pelo espaço”, acrescentou.
O fenômeno é bastante comum, mas o problema é que a erupção prevista para 2024 tem magnitude monstruosa, além de apontar na direção da Terra. Estas erupções contêm partículas carregadas de radiação, uma percentagem das quais atinge a atmosfera da Terra, o que distorce o campo magnético do nosso planeta.
Consequências
Peter Becker explicou que a consequência de um fenômeno desta magnitude poderia causar um “apocalipse na Internet”, informou a CNN.
Isto significa que, segundo o especialista, a rede elétrica, os satélites, os cabos subterrâneos de fibra ótica, os sistemas de navegação e GPS, os transmissores de rádio e os equipamentos de comunicação ficarão vulneráveis.
Última vez atingiu a comunicação por telégrafo
Peter Becker disse à Fox Weather que a última vez que uma CME atingiu a Terra foi em 1859, um episódio que ficou conhecido como o ‘Evento Carrington’.
Na época não havia internet, mas a comunicação era feita por telégrafo e o resultado foi catastrófico: “Na verdade, destruiu o sistema telegráfico, faíscas literalmente voavam das linhas telegráficas”, disse Becker. “Alguns operadores foram eletrocutados porque os fios acabaram carregando alta tensão.”
Prejuízos bilionários
Se isso acontecer hoje, a internet e seus delicados componentes eletrônicos poderão ser afetados por semanas ou meses até serem reparados, alertou o pesquisador. Dado que os atuais sistemas econômicos dependem da Internet, a economia também seria gravemente afetada. Becker estima que, a ocorrer, o fenômeno causaria uma perturbação econômica da ordem de US$ 10 a US$ 20 bilhões por dia, isso apenas para a economia dos EUA.
E agora?
Felizmente, com o novo sistema de alerta, o grupo de cientistas pode prever a erupção solar 18 a 24 horas antes de atingir a Terra. É hora de mitigar rapidamente as terríveis consequências.
Pensando nisso, o governo norte-americano, através do Departamento da Marinha entrou em ação. Para ajudar a equipe a desenvolver contra-medidas para proteger a internet desse ataque natural vindo do sol, a equipe de cientistas da Universidade George Mason recebeu uma doação federal de US$ 13,6 milhões para trabalhar com o Departamento da Marinha.
O objetivo é, em conjunto, estudar e compreender melhor o aumento da atividade solar que poderia causar um “apocalipse da Internet”, interrompendo todas as comunicações eletrônicas na Terra, incluindo comunicações por satélite.
A pesquisa da doação, que custeará as despesas da equipe ao longo de cinco anos, será feita em colaboração com o Laboratório de Pesquisa Naval (NRL) e incluirá mineração de dados de última geração, análise e modelagem científica, entre outros empreendimentos, liderados por professores, alunos e funcionários da Mason.
Suporte científico
Nos termos do contrato, a Mason fornece suporte científico para uma ampla gama de atividades relacionadas à astronomia que são de interesse para a Marinha dos EUA e para o país em geral, segundo informou o site da Universidade George Mason.
“O foco principal está na atividade solar e na forma como ela pode impactar os sistemas da Terra”, disse o investigador principal Peter A. Becker, professor do Departamento de Física e Astronomia da Faculdade de Ciências para o site da faculdade. “Isto é especialmente importante para a Marinha – e mais amplamente para o Departamento de Defesa – porque as explosões de alta energia do sol podem ter um forte impacto negativo nas comunicações terrestres de rádio e Internet. E também podem ter um efeito prejudicial nos sistemas de navegação e nas redes de energia da Terra.”
O site da George Mason garante que o foco na actividade solar violenta é a actividade de investigação mais significativa para os cidadãos dos EUA. Segundo o site da universidade, isso procede porque as erupções da superfície do Sol podem ter consequências devastadoras a 150 milhões de quilômetros de distância, na Terra.
Esta atividade violenta inclui explosões de radiação, electons de alta velocidade, protons e outras partículas altamente energéticas que são lançadas no espaço e podem perturbar tecnologias como a Internet, das quais passamos a depender. Grande parte desta atividade pode chegar à Terra em menos de um dia, complementa o site da universidade dos EUA.
O time
Becker e sua equipe, que também inclui vários estudantes de graduação da Mason, também estudarão buracos negros e estrelas de nêutrons. Esses estudos ajudarão os cientistas a compreender processos semelhantes que ocorrem na atmosfera solar e como eles podem afetar a vida na Terra.
A maior parte do trabalho da equipe Mason será realizada no NRL em Washington, D.C.. Embora também tenha sido alocado espaço no Fairfax Campus da George Mason University para acomodar cientistas visitantes do NRL que trabalham em projetos conjuntos de pesquisa científica espacial.
Outros pesquisadores que trabalham na equipe de Becker incluem os professores associados Tyrel Johnson e Iulia Deneva; a administradora sênior de pesquisa, Jessica Hanna; os cientistas pesquisadores Jacob Smith, Carlos Braga, Natsuha Kuroda, Eliana Nossa Gonzalez e Craig Johnston; cientistas pesquisadores seniores Megan DeCesar e Keiji Hayashi, pesquisadores de pós-doutorado Sherry Chhabra, Micah Weberg e Shaheda Shaik.
Esperamos sinceramente que Becker e sua equipe tenham sucesso para que não fiquemos sem internet a partir de algum momento de 2024.
Clique aqui para escutar o podcast com a entrevista completa do professor.
Com informações de George Mason University e MSN/Daily Digest/Zeleb.es
Imagem principal: FreePik